18/02/15

SOM ALTO: DESRESPEITO PELA LIBERDADE

SOM ALTO

Este post de hoje, servirá como um "desabafo" não porque necessite de solidariedade de pensamentos e emoções dos meus leitores, mas porque considero pertinente a vossa reflexão sobre o assunto. Hoje terminaram os festejos de Carnaval, e como sabem estou neste momento no Brasil, país onde esta comemoração tem uma importância redobrada. Acredito que é extremamente positivo que as pessoas possam festejar e assim estimular as suas mentes com alegria, felicidade e dessa forma "exorcizar" as más energias.

À semelhança de anos anteriores, para mim o Carnaval teve um sabor amargo. Esta é uma das alturas do ano onde faço uma pausa para recuperar as minhas energias e equilibrar os meus pensamentos. Infelizmente paz e tranquilidade foi algo que não consegui usufruir durante os últimos 4 dias. Não porque tenha feito a opção de participar em festas ou blocos carnavalescos, mas porque à minha volta foram várias as pessoas que resolveram converter as suas casas em recintos festivos a céu aberto com muita música e em volumes que ultrapassam o que é humanamente suportável.

Adoro música alta, confesso. Mas algo que jamais faço é "obrigar" quem está à minha volta a ouvir qualquer ruído decorrente do meu divertimento. Sempre que desejo usufruiu de um cenário auditivo mágico, coloco headphones (Auscultadores / Fones de Ouvido). Dessa forma respeito total e absolutamente quem me rodeia enquanto usufruo da minha própria liberdade. Curiosamente, um dos meus últimos artigos fala precisamente sobre a liberdade de cada um de nós e a importância do respeito pelo espaço das outras pessoas. 

Neste caso, mais uma vez a minha liberdade foi desrespeitada e por mais leis que existam que coíbem esta prática, a verdade é que os órgãos que protegem os direitos do cidadão são totalmente ineficazes nos casos de poluição ambiental. A grande diferença em relação a outros anos é que, apesar de ter ao lado de casa um "vizinho" com um paredão de som com potência suficiente para que se ouvisse a sua música a 5 Kms de distância, e que fazia trepidar todos os vidros, copos e pratos em minha casa, consegui manter a calma e eliminar os efeitos negativos emocionais decorrentes desta falta de respeito. Acredito que cada um tem direito a usufruir de som alto em casa desde que em espaço fechado e devidamente isolado para o efeito. Um bom exemplo são as salas de cinema em casa muito populares nos dias de hoje onde as paredes, portas e janelas são isoladas para que não exista saída de som para o exterior. Em relação a eventos e festas caseiras o princípio deverá ser o mesmo. Caso não exista um local em casa preparado para o efeito, a alternativa é moderar o som ou procurar um local para eventos.

Em qualquer cidade do mundo, encontramos espaços destinados a festas e eventos. Esses espaços fechados ou ao ar livre, possuem na sua maioria características técnicas que permitem que o som seja isolado ou então que não comprometa os direitos ao sossego da população que circunda os espaços. O problema surge quando os cidadãos decidem nas suas próprias casas, usar e abusar de som alto, sem qualquer autorização ou licença (que seria obviamente recusada). Essa realidade é extremamente grave no sentido em que não apenas a paz dos vizinhos é desrespeitada como a própria saúde dos que estão próximos é colocada em risco. Os problemas auditivos decorrentes de som alto é uma realidade e pode trazer consequências irreparáveis no futuro.

Esta realidade infelizmente não acontece apenas em datas festivas mas várias vezes ao longo do ano e para muitos, repete-se todos os fins de semana. E não são as autoridades que precisam de ser mais severas ou eficientes, o que precisa de mudar é a mentalidade autoritária de quem desrespeita o sossego alheio. Não acredito que "avisos" e "multas" resultem a longo prazo, o que é preciso é a criação de uma consciência que permita que os infractores saibam o que é estar no "outro lado da barreira" e que percebam o mau-estar causado por tal prática. É óbvio que as leis existem e compete às autoridades fiscalizar o seu cumprimento mas, muitas vezes, o problema é cultural.

Não posso restringir este problema ao país onde me encontro pois também em Portugal "sofri" com este problema. Acredito que compete a cada um de nós, de forma civilizada, trazer este tópico para discussão para que de forma natural o problema vá sendo eliminado e para que todos possamos viver com tranquilidade, usufruindo do nosso direito à paz e ao descanso. Confesso que 96 horas de som alto ininterrupto desequilibra o bem-estar de qualquer pessoa minimamente civilizada. Não se trata de escolhas musicais e sim de respeito para com os outros. Respeite e seja respeitado.

Lembre-se que: "FORÇAR ALGUÉM A VIVER SEGUNDO AS NOSSAS REGRAS, É COLOCAR A NOSSA LIBERDADE EM RISCO".

Forte Abraço,
LUIS ALVES

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